sábado, 2 de abril de 2011

Qual a Vontade de Deus Pra Mim ?

Obviamente a vontade de Deus é de Deus.
Sim! A vontade Dele é Dele; e de mais ninguém.
Jesus disse que comia a vontade do Pai, que se alimentava dela.
Ora, se eu tenho muitas vontades e se as exerço de modo pessoal e incompartilhavel, que não dizer da vontade de Deus?
“Quem conheceu a mente do Senhor?”
Além disso, o que me separa de Deus em todos os sentidos possíveis é infinitamente mais do que o que separa de um organismo mono-celular.
Assim, Deus se revela às amebas como as amebas podem processar.
Ora, o mesmo Deus faz com os homens!
O problema é o surto humano. Sim! O homem crê que é “capaz de Deus”, e, sobretudo, de dizer aos outros humanos qual seja a vontade de Deus para o outro.
A vontade de Deus é uma só: que nos amemos uns aos outros!
Deus não tem planos profissionais para ninguém. Nem de qualquer outra natureza tópica. O plano de Deus, não importando onde eu esteja, é que eu ame e pratique o amor. O resto é insignificante!
É o que Paulo diz quando afirma: “… ainda que eu...” fale línguas de homens e anjos, ou profetize, ou saiba todas as ciências e adquira todas as sabedorias, ou me entregue às praticas de martírio ou de entrega social de todas as minhas produções aos demais homens necessitados, mas, “se não tiver amor, nada me aproveitará”; e mais: nada será vontade de Deus.
Paulo nunca discutiu nada disso. Sabia fazer tendas. Mas era chamado para pregar. Por isso, tendo dinheiro para entregar-se apenas à pregação, assim fazia. Mas se não tinha, então, fazia tendas, e, pregava nas horas possíveis.
Ou seja:
Paulo tratava tudo com simplicidade, pois, a vontade de Deus era amor, e, amor, cabe em qualquer oficina de tendas.
As pessoas perguntam, referindo-se aos detalhes da vida, como se eu ou qualquer outro ser ameba humano pudéssemos responder: Qual é a vontade de Deus para a minha vida?
Ora, eu posso responder, mas a resposta que tenho a dar não satisfaz as pessoas que querem saber a vontade de Deus como um guia afetivo e profissional das jornadas na Terra.
Então, não sei!… Afinal, nessas coisas, à semelhança de Paulo, apenas uso o bom senso para decidir, e nunca o faço como quem consulta um “guia de jornada”, mas apenas como uma decisão de agora, da circunstancia do existir; e isto, sempre, apenas conforme o espírito do Evangelho, que é amor.
A vontade de Deus são os Seus mandamentos, embora Jesus tenha nos dito que até os mandamentos, sem que sejam vividos em amor, são desagradáveis a Deus; pois, sem amor, todo mandamento não passa de presunção e arrogância.
A vontade de Deus é amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio!
Se você faz isso entregando o lixo, operando na mais rica clinica de neurocirurgia, ou se o faz pregando como um ensinador da Palavra, não importa; pois, a única coisa que importa para Deus é se você vive ou não o amor como o mandamento de seu ser.
O que Deus quer de mim? Onde quer que eu trabalhe? Com quer que eu case?
Ora, Jesus não respondeu tais perguntas a ninguém!
Quando Pedro quis saber… Jesus apenas disse: “Que te importa? Quanto a ti, vem e segue-me”.
Quanto mais a pessoa se dispõe a andar em amor e fé, sem buscar mais nada, tanto mais ela encontrará uma sintonia fina com Deus e com a vida, e, assim, sem que ela sinta, irá sendo posta no leito do rio de sua própria vida.
É claro que Deus tem a vontade que diz “não”. Mas essa é a não-vontade de Deus. É o que Deus não quer, pois, é o que Deus não é.
Deus não é mentira, nem engano, nem ódio, nem cobiça, nem traição, não injustiça, nem maldade, nem indiferença, nem descrença, nem altivez, nem orgulho, nem arrogância, nem vaidade, nem medo e nem frieza de ser.
Assim, a tais coisas Deus diz “não”, mas não como quem diz a Sua vontade, mas apenas aquilo que não é vontade Dele.
Portanto, a vontade de Deus não é “não”, mas “sim”, embora a maioria apenas pense na vontade de Deus como negação.
Ou seja:
Para tais pessoas Deus é Aquele que diz “Não”.
A proporção, todavia, continua idêntica à que foi estabelecida no Éden. Pode-se comer de tudo, e, apenas diz-se não a uma coisa: inventar a nossa vontade contra essa única coisa à qual Deus disse “não”.
Todas as árvores do Jardim são comestíveis, mas, continuamos discutindo a única arvore proibida, tamanha é a nossa fixação na transgressão como obsessão na vida.
Entretanto, a vontade de Deus é sim, e, para aqueles que desejam fazer a vontade de Deus, e não apenas discuti-la, Deus revela Sua vontade como fé e amor, e, nos diz que se assim vivermos provaremos tudo o que é bom, perfeito e agradável, não porque a vida deixe de doer, mas apenas porque o pagamento do amor transcende a toda dor.
A vontade de Deus é que eu desista das coisas de menino nesta vida e abrace as coisas de um homem segundo Deus.
Agora, se você vai trocar de casa, de carro, de mulher, de emprego, de cidade, de país, de nome — sinceramente, é melhor consultar um bruxo, uma feiticeira ou um profeta que aceite pagamento para contar tal historinha.
Você pergunta a Jesus:
Senhor, qual é a Tua vontade para mim?
Ele responde:
É a mesma para todos os homens. Sim! Que você ame e pratique o amor, pois, sem amor, nada será vontade de Deus para você, ainda que você distribua todos os seus bens aos pobres e entregue o seu corpo para ser queimado em martírio de dignidade pela consciência e pela liberdade.
Dá pra entender ou é difícil demais?
Que tal a gente parar de brincar de vontade de Deus? Vamos?
Chega; não é gente?
Nele, que é a vontade de Deus para o homem,

quinta-feira, 31 de março de 2011

Polêmica:Igreja Batista montará tendas de evangelizão a romeiros de Nossa Senhora da Penha em Vila Velha!

“É falta de respeito. Todos sabem que a Igreja Batista não cultua Maria. Indo lá, eles estarão contra o que estamos pregando”, Antônio Saiter, que prepara o andor para a imagem da padroeira.
andor-nossa-senhoraA iniciativa da Convenção Batista do Estado de trazer o projeto Tenda da Esperança para a próxima edição da Festa da Penha, no dia 2 de maio, vem causando indignação entre católicos, especialmente aqueles responsáveis pela organização do tradicional evento mariano. A ação batista tem como uma de suas finalidades a evangelização durante romarias católicas.
Responsável pelas romarias das Mulheres e das Mães ao Convento da Penha, Maria José Tabachi destaca que é preciso, acima de tudo, respeitar o credo do outro. “Fico triste ao ver que, em pleno século XXI, ainda há ataques religiosos. Parece que ainda não cresceram na fé. Quem está na Festa da Penha é porque acredita, não está sendo obrigado a isso”, desabafa.
Maria José acrescenta que nunca houve por parte dos católicos a iniciativa de fazer mobilizações durante eventos evangélicos, como o Jesus Vida Verão, também realizado anualmente em Vila Velha.
Há 24 anos responsável por arrumar e proteger o andor e a imagem da Virgem da Penha durante a festa no Convento, Antônio Francisco Saiter compartilha da mesma opinião. “Esse é um evento mariano, que cultua a imagem da mãe de Jesus. Isso eles não fazem. A presença dos evangélicos ali, portanto, é falta de respeito.”
Do outro lado, o pastor da Primeira Igreja Batista de Vitória, Oliveira de Araújo, observa que o objetivo da tenda é oferecer mais um caminho para levar mensagem de esperança às pessoas. “Todos são livres para ouvir a receber a mensagem que for. Pelo que entendi, não haverá confronto com as romarias.”
A representante da Tenda da Esperança no Estado, Fabíola Molulo, acalma a discussão, apontando que, na verdade, o grande foco da iniciativa são os projetos sociais que serão oferecidos no bairro Ilha dos Ayres, Vila Velha, onde há a previsão de se erguer uma igreja batista.
O projeto
De acordo com material divulgado no site da Convenção Batista, as abordagens previstas serão feitas com entrega de água e folhetos evangelísticos, teatro de rua e evangelização pessoal. O objetivo é fazer 10 mil abordagens e alcançar mil pessoas, das quais 300 devem ser crianças. Para isso serão recrutados 300 voluntários.
Desde a sua criação, em 1991, a Tenda da Esperança tem servido para alcançar o maior número fiéis, principalmente romeiros. “O projeto tem como desafio encaminhar essas pessoas a uma igreja batista para serem acompanhadas em sua nova vida”, afirma o site do movimento Missões Nacionais. Para cumprir esse objetivo, a tenda é executada onde há grandes romarias, como Belém (PA), Juazeiro do Norte (CE) e Aparecida (SP).
Arquidiocese vai se posicionar nos próximos dias
Alegando não ter conhecimento detalhado sobre a iniciativa da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, a Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo (Aves) informou ontem que não iria se manifestar sobre a possibilidade da implantação do projeto Tenda da Esperança, que pretende evangelizar os romeiros durante a Festa da Penha. A assessoria de comunicação da arquidiocese afirmou que, nos próximos dias, deve se pronunciar sobre o assunto.
Análise “Afronta à liberdade”
Vitor Nunes Rosa
Teólogo e professor de Filosofia
Uma denominação evangélica aproveitar a festa religiosa católica de Nossa Senhora da Penha para promover uma “campanha de evangelização” tem três aspectos fundamentais: primeiro, evidencia fragilidade dos promotores de tal empreendimento, pois estão aproveitando a extraordinária capacidade de mobilização da Igreja Católica; segundo, é uma atitude deselegante, que contraria os princípios cristãos do respeito ao próximo. Ora, a Igreja Católica está evangelizando, e a realização de algo com o intuito de retirar pessoas desse processo transcende as finalidades do anúncio do Evangelho, constituindo mais uma investida contra uma instituição religiosa e suas crenças do que uma ação cristã. Sugiro que tais forças sejam canalizadas em favor de pessoas sob o domínio das drogas, da prostituição e outras situações que afrontam a dignidade. Terceiro, destaco que há a questão constitucional que garante a liberdade de culto e a convivência pacífica entre os segmentos religiosos. Inserir-se no movimento da Festa da Penha dessa forma constitui manifesta afronta à liberdade de crença e de culto, além de caracterizar uma “guerra por fiéis”, algo totalmente indesejado no Estado Democrático de Direito e no contexto de busca da unidade dos cristãos.
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Fonte: A Gazeta

O Sentido da Qaresma: " Sem Deus, somos só cinzas."


Dom Alberto Taveira Corrêa lembra o povo do sentido do tempo quaresmal na vida dos cristãos católicos
"Este é um momento de chamado para que todos olhem para frente e para o alto, tendo como única referência o próprio Senhor Jesus Cristo". A afirmação é do Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, que durante a celebração eucarística de Cinzas, no dia 9, lembrou o povo do sentido e importância de se viver a Quaresma. Com a Catedral lotada, os católicos ouviram atentamente a homilia.
Segundo o Arcebispo, o tempo penitencial e fundamentalmente de conversão não pode ser compreendido somente como algo interior, mas como um sentido de mudança, de transformação de todo o ser. "Nossa referência é Jesus, porque ele fazia todas as coisas bem feitas. Por este motivo é que quando se fala em conversão, não estamos falando somente de se confessar e arrepender-se, mas do que isto, de iluminar toda a sua vida a partir da luz de conversão". Neste contexto, Dom Alberto explica que as cinzas representam exatamente o sentido de conversão e presença de Deus. "A cinza é o que somos sem Deus".
Para viver o sentido pleno da Quaresma, é preciso viver três importantes práticas penitencias: a oração, o jejum e a partilha.
Dom Alberto explica que é possível encontrar em todo o mundo pessoas fazendo orações. Porém, a oração do cristão tem suas características próprias, porque é marcada por uma relação profunda e íntima com Deus. Baseado neste mesmo sentido, ele destaca que uma pessoa que vive sua fé, trabalha diariamente para educar os seus sentidos, buscando a compreensão que se deve ter sobre a importância de jejuar neste período. A terceira prática, a da partilha, revela o relacionamento com outros, de viver em fraternidade e caridade.
Ainda segundo o Arcebispo, é por meio destas práticas que será possível alcançar um sentido de conversão pessoal e chegar à consciência da importância da vida e da preservação da natureza, como propõe a Campanha da Fraternidade 2011. "Se eu vivo a minha fé, e eu faço bem todas as coisas, eu tenho sensibilidade para a beleza e para a natureza, então posso olhar ao meu redor e viver uma sadia ecologia humana! Porque consigo viver em harmonia. Todas estas coisas acontecem quando há uma conversão pessoal", explica Dom Alberto Taveira. 

terça-feira, 29 de março de 2011

A Prática do Perdão: Um Digno Dever Perante Cristo !

"Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete."
  Mateus. 18, 21-22.  




Colocamos como difícil à questão do perdão. Sendo pecadores, devemos reconhecer a prática do perdão, tratar meu semelhante com igualdade, é muito digno. Isto não acontece por motivo da dureza do coração, infelizmente. Sabemos que nosso Mestre Jesus Cristo se entristece, pois nos tornamos cruéis por demais, com duros comportamentos. Não temos sido verdadeiros em nossos relacionamentos, desta forma se estabelece à falta de amor e o perdoar. Lembramos que viver o perdão é lei para os nossos corações e, dignificamos nossa conduta frente a Cristo. O perdão tem se tornado coisa rara, está sumindo no “mercado da vida”, pioramos a cada momento a distância fica cada vez maior do nosso Senhor, temos esquecido do Mestre Jesus. O nosso coração balança incerto hora outra. A “dureza” do coração já sai conosco de nossos lares. Tem faltado a coragem, humildade em momentos de dizer: Perdão! Meditando, sentimos a situação do “meu coração”. O íntimo avisa, nos incomoda, percebemos e, permanecemos o mesmo. Hoje, perdoar tem sido uma tarefa quase impossível! Cadê o amor o meu amor? Precisamos refletir muito quanto ao “Eu”. Estou uma vergonha, sim! Estamos uma vergonha! Tenhamos a coragem de pensar e repensar, aceitar e praticar métodos novos com Cristo em nosso viver, não pode continuar assim “machucando” e, muito. &n bsp; Um momento de reflexão se torna necessário. O ensinamento de Cristo é pratico, rápido, sem fuga, isto é enfrentar de peito aberto o erro cometido. Digamos: ir direto ao problema e não procurar “rodeios e desculpas incompetentes”. Ah! Sermão do monte! Como eu gostaria de estar ali naqueles momentos em que o Mestre tão Amigo, ensina através de Pedro quando pergunta: até quantas vezes devo perdoar meu irmão? Jesus de forma amorosa e extensiva, como olhando para até o final da vida de Pedro diz: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete, (Mateus 18-21). Pedro quis ser generoso, pois as tradições dos rabinos falavam até três vezes. A resposta de Jesus, tomando-se em consideração o que Pedro disse, significa que o espírito de perdão vai muito além dos mesquinhos cálculos humanos. A parábola do credor sem compaixão, ensina a Pedro o motivo pelo qual deve-se perdoar sem limites. Nosso Pai celeste nos perdoou tanta coisa ao nos conceder o dom gratuito da Salvação em Cristo, que qualquer ofensa que outro ser humano possa praticar contra nós, é irrisória, em comparação a isto. Devemos reconhecer que o dever do perdão é o mínimo que podemos fazer, refletindo, assim, algo da bondade divina que tem sido derramada em nossas vidas. Pratiquemos com urgência e muita urgência, o dom de perdoar, assim, estará inclusos em dois momentos preciosos de nossa vida: primeiro teremos uma vida saudável e segundo estaremos sendo obedientes ao Pai Glorioso através do Filho. Pratiquemos o perdão. Diácono Rilvan Stutz Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro - Rio

segunda-feira, 28 de março de 2011

Reflexão Para a Quaresma.

 

 

 

 

 

 

Se Jesus não for ao Deserto, Ele não vem a nós. Se Ele não viver a Quaresma, não viverá em nós.

O que há no homem que possa agradar a Jesus? O que há no homem que possa atrair a Sua Santíssima presença? Partindo das palavras de Jesus que disse: “vim para os pecadores”, eu percebo que a ida de Jesus ao Deserto é também sua busca pelo Pecador, a chegada e a permanência no Deserto é a chegada e permanência no coração humano.


O Homem e o Deserto são comparáveis, principalmente quando reina o pecado. Igualmente ao Deserto, o Homem não tem condições de produzir por si mesmo, sendo originalmente pó, em certos momentos, está tão árido que não se encontra nenhum sinal de umidade nem de vida, sendo assim o pó mais seco possível. Na vida do homem desértico, não se encontra qualquer lugar que se apóie, tudo é incerto, arenoso e inseguro; não se encontra sombra, a cada momento o cansaço é maior, é penoso; as mentiras de cada dia são as miragens, pensando que vai encontrar algo para se tratar; neste terreno não existe alimento, não tem pastagens, não tem companhia.


O Homem desértico não possui amigos, não há nada que atraia companheiros; não possui bens, nada pode oferecer; não consegue dar apoio nem se apoiar. Não possui rumo, tudo é vazio e impossível. A oxigenação é horrível, fervem suas narinas, respiração pesada, a visão é queimada pelo calor; as vestes são paupérrimas, possui um corpo raquítico e pele cancerosa. Sua movimentação é arrastada, come da própria poeira que o inferniza.


A um desértico, quem poderia acompanhar? Quem estaria junto a um infeliz que nada possui? Quem permaneceria não um dia, mas uma vida inteira junto a um arenoso suplicando-o que abra o coração?


A ida de Jesus ao Deserto é também ao nosso interior que está tremendamente seco e impuro. Somente Jesus tem amor suficiente por nós, que o leva a ficar conosco na nossa insuficiência, principalmente quando não temos nada, completamente nada a oferecer. Pode-se dizer também que quando o Espírito levou Jesus ao Deserto, foi a nós que o Espírito conduziu, foi ao nosso ser não somente quebrado, mas imensamente incapaz de se restaurar.


Somente Jesus e não há outro capaz de chegar a um Deserto e ver nele condições de se tornar uma terra boa e frutífera. Somente Deus sabe transformar, porque Ele é o Agricultor. Ninguém e nada apostaria num desértico, só Jesus! Porque Ele nos ama e é capaz de olhar para nós no maior estado de destruição que estivermos e plantar a semente da Salvação.


Não permitir Jesus viver a Quaresma, é também o mesmo que não aceitá-Lo dentro de nós. Na Quaresma, Jesus é tentado dentro de nós pelos pecados que nós retemos no nosso íntimo, o Maligno que quer reinar neste deserto torna-se um perdedor. Jesus sabe das nossas fraquezas e permanece conosco para nos encaminhar a uma passagem, à conversão, à mudança, ao êxodo. O único alimento que Jesus deseja estando neste Deserto, é o nosso contemplar, a nossa atenção. Os anjos que levam alimento para Jesus, são os mesmos que estão nos sustentando para sermos mais santos e puros.


Se Jesus não for ao Deserto, Ele não vem a nós. Se Ele não viver a Quaresma, não viverá em nós.


Senhor, eu não sou nada, não tenho nada. Sou um deserto e te acolho. Entra em mim Jesus, ora em mim, jejua em mim. Enobrece o meu interior, umedece o meu coração. O Deserto sou eu!

Cristo Jesus: Nosso Senhor e Nosso Salvador



20º Dia da Caminhada da quaresma 2011


Evangelho Segundo São Lucas 4,24-30


“Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.”



Nesta passagem bíblica de Jesus em Nazaré, observamos também que Ele, encontrava-se na Sinagoga em um sábado, lendo as Escrituras Sagradas, o livro do profeta Isaías em que diz: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”. Assim, fechou o livro e concluiu:. “-hoje se cumpriu a passagem das escrituras sagradas que vocês acabaram de ouvir”. Muitos o elogiaram e admiraram, mas não O reconheceram como o Messias e sim como mais um entre o povo. Questionando-se “- Ele não é filho de José?”. A não aceitação das suas palavras, em não reconhecê-lo me faz pensar no quanto muitas vezes não enxergamos e nem ouvimos a voz de Deus por estarmos tão fechados em nossos pensamentos, vivendo sobre os nossos pedestais e costumes, que não abrimos o nosso coração a verdadeira sabedoria, assim como estes que estavam na sinagoga . Ao confrontá-los, Jesus, cita o exemplo dos profetas Elias e Eliseu que também sofreram com a descrença do povo em sua época, levando a uma rejeição ainda maior por terem sido comparados a um povo infiel ,indo de encontro a tudo que eles imaginavam ser, aumentando ainda mais o furor.

Quantas vezes a palavra de Deus vem nos tocar de tal forma que nos faz enxergar a inércia em que nos encontramos... nos faz sentir o conformismo em que estamos vivendo frente a tudo que esteja nos impedindo de caminhar. E também por tantas vezes “acreditamos” que determinada palavra não seja para nós e sim para quem esteja tão próximo ou tão longe... Pela não aceitação de quem realmente somos pelo conservadorismo insuflado em nosso EU, em não querer escutar aquilo que realmente precisamos ouvir, em não nos dispormos à verdadeira conversão que brota no coração e se faz no dia a dia pelo convívio com Cristo em todas as ações de nossas vidas, O tendo como Nosso Salvador, Mestre e Amigo, tesouro da nossa alma

Cristo Jesus, mais uma vez, nos ensina que a misericórdia de Deus é grande para todos aqueles que se
entregam, acreditam e confia de todo o coração no Pai.


Frente a todos esses pensamentos me pego refletindo no quanto estou aceitando e sendo fiel a palavra,o quanto estou caminhando e O seguindo quando me pede para amar meus inimigos, pois que mérito terá em amarmos só a quem nos ama?! ( Mateus 5,44-46 ) a ser misericordiosa,(Mateus 5,7) a não julgar (Mateus 7),a perdoar( Mateus 6,14), A dar a outra face, deixar que leve a minha túnica também quando me tomam a capa (Lucas 6,29), a amar o meu próximo, assim como ELE me ama...(joão15,12) E no quanto estou deixando O viver em mim, pois sozinha não há caminho, não há compreensão é tudo vazio, folha seca no chão...


“ - JESUS Disse: ... Quem está em mim e eu nele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada. Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os galhos secos que são juntados e queimados. Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, receberão tudo o que pedirem... O meu amor por vocês é como o amor do Pai por mim; portanto, continuem no meu amor. Se obedecerem meus mandamentos, vocês continuarão no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos do meu Pai e continuo no seu amor...” João 15,5-10


Senhor Jesus,


Entrego-te o meu coração, purifica-me no seu amor para que eu possa caminhar cada vez mais junto a TI,


Pai Nosso...


Porque Devo Praticar o Jejum?

 
Neste caminho quaresmal rumo a Páscoa não é a toa que a Santa Mãe Igreja nos propõe os exercícios quaresmais de conversão Oração, Jejum e Esmola, pois ao vivermos estes três exercícios crescemos nas virtudes teologais da fé, esperança e caridade. Essa é a trilha básica para o caminho de santidade de todo o cristão, não somente por quarenta dias, mas para toda a sua vida.

Se a oração atinge o relacionamento do homem com Deus, o jejum o celebra no seu relacionamento com os bens criados na virtude da esperança. Ajuda-me a crescer na Virtude da esperança!

No seu relacionamento com a natureza criada, o homem é chamado a ser livre, a ser senhor da criação. Acontece porém, que muitas vezes se escraviza a ela. Por isso, a Igreja convida o homem a realizar um gesto de liberdade e de respeito em relação aos bens criados, através do rito do jejum.

O rito do jejum não vale pelo que é, mas pelo que significa. Na ação de comer e de beber é que o homem mais se apropria das coisas. Ele mesmo consome a comida; ele a faz tornar-se parte de si mesmo. Não só dela se apodera, mas muitas vezes, apoderando-se dela, a ela se escraviza. Por isso, o alimento e a bebida tornam-se símbolo de tudo quanto envolve o homem.

Jejuar é abastecer-se de um pouco de comida ou bebida. É estabelecer o correto relacionamento do homem com a natureza criada. A atitude de liberdade e de respeito diante do alimento torna-se símbolo de sua liberdade e respeito para com tudo quanto o envolve e o pode escravizar: bens materiais, qualidades, opiniões, idéias, pessoas apegos e assim por diante.

Temos mais. Jejuar significa fazer espaço em si. Fazer espaço para Deus, fazer espaço para o próximo, fazer espaço para os valores que permanecem. Jejuando, a Igreja evoca o Cristo jejuando quarenta dias no deserto, o Cristo em sua atitude de liberdade e de domínio sobre a natureza e sobre o mal. Evocando-o, torna-o presente hoje.

A Igreja constituí o prolongamento do Cristo livre, do Cristo rei da criação. A Igreja exercita e celebra a atitude de liberdade e respeito diante da natureza durante a Quaresma, para que os cristãos vivam sempre esta atitude de harmonia com a natureza, usando dos bens para o seu crescimento em Deus. Temos, portanto, um exercício de conversão.

O que é a Virtude da Esperança? Segundo o Catecismo da Igreja Católica.

§1817 A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo. “Continuemos a afirmar nossa esperança, porque é fiel quem fez a promessa” (Hb 10,23). “Este Espírito que ele ricamente derramou sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que fôssemos justificados por sua graça e nos tornássemos herdeiros da esperança da vida eterna” (cf. Tt 3,6-7).

§1818 A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as, para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade.

“Espera, ó minha alma, espera. Ignoras o dia e a hora. Vigia cuidadosamente, tudo passa com rapidez, ainda que tua impaciência torne duvidoso o que é certo, e longo um tempo bem curto. Considera que, quanto mais pelejares, mais provarás o amor que tens a teu Deus e mais te alegrarás um dia com teu Bem-Amado numa felicidade e num êxtase que não poderão jamais terminar” (Santa Teresa de Jesus, Excl., 15,3).

§2090 Quando Deus se revela e chama o homem, este não pode responder plenamente ao amor divino por suas próprias forças. Deve esperar que Deus lhe dê a capacidade de corresponder a este amor e de agir de acordo com os mandamentos da caridade. A esperança é o aguardar confiante da bênção divina e da visão beatifica de Deus; é também o temor de ofender o amor de Deus e de provocar o castigo.

Exerçamos na esperança em Deus o domínio dos nossos desequilíbrios no comer e no beber, diante dos bens matérias e da natureza. Quando não conseguimos controlar a boca, não conseguimos controlar também o nosso corpo e ficamos escravos daquilo que dá prazer à carne, a comida, a bebida e muitas vezes desembocam no desequilíbrio da sexualidade e afetividade. Peçamos ao espírito Santo o Dom do Domínio de si, da Temperança, da Fortaleza para que vencendo a nós mesmos consigamos vencer o pecado.

Daí-nos Senhor a graça de compreender a profundidade e viver o jejum, de renunciar aquilo que temos direito de comer ou de fazer por um bem muito maior. Daí-nos a graça da temperança de ter o controle dos nossos sentidos nas mãos para poder entregar ao Senhor. Daí-nos a graça de viver o jejum como uma verdadeira batalha espiritual

Padre Luizinho
Retirado do Blog da Canção Nova